INTERNALIZAR

15/07/2013 09:19

 

INTERNALIZAR

 

Joaquim Monte (*)

 

INTRODUÇÃO

 

     O corpo humano compreende dois ambientes: o interno (lado de dentro) e o externo (lado de fora). Os dois estão em constantes trocas (interação): ar, água e outros alimentos, por exemplo, estão sempre passando do meio ambiente externo para o meio ambiente interno.

 

DESENVOMVIMENTO

 

     INTERNALIZAR: é introjetar (trazer para dentro de si mesmo) como fazemos com informações durante uma leitura! Pode também ser usado com o sentido de interiorizar, internar, incorporar, incluir ou adotar (consciente ou inconsciente) idéias e valores (virtudes) e de padrões comportamentais (atitudes) que servirão para a formação do caráter (parte adquirida da personalidade), desde que o indivíduo passe a considerar como seus.

 

     A palavra INTERNAÇÃO significa "trazer para dentro", "introduzir", "requisitar a permanência", pode-se ainda pensar em "entranhar" ou "penetrar". Por outro lado, NTERNALIZAR  também tem o significado de "trazer para dentro", porém agregando valores ao INTEGRAR conceitos, interesses, processos, pessoas... Não de forma apressada e inconseqüente (sem noção exata de conceitos e importâncias dos objetivos da internalização). Mas, após reflexão pessoal e responsável e, isso, implica em construir espaço de identificação, análise, desconstrução e reconstrução de modelos mentais danosos e resistentes à implantação de mudanças, que se encontram infiltrados na mente, na cultura e, até mesmo, na educação, na religião, na política, na ciência e na justiça.

 

     EDUCAÇÃO: A internalização pode ser considerada como parte integrada do processo ensino-aprendizagem: ENSINAR e APRENDER são processo de “pegar” a informação que se encontra no meio ambiente externo (jornais, revistas, livros e outras fontes), “transportar” para a mente (meio ambiente interno), “transformar” em conhecimento e “armazenar” na memória. Ensinar não é apenas falar e, sim, fazer a pessoa entender o que está falando! Aprender não é apenas escutar e, sim, compreender o que está escutando!

 

     EXTERNALIZAR: Assim, também, pode-se entender a transformação de virtudes (sentimentos) em atitudes (comportamentos) como processo de EXTERNALIZAR. Conhecimentos também devem ser transformados em atuações! É a utilização (ação que torna útil)! Do contrário, de que vale saber? “A fé sem a obra é morta”! A teoria sem a prática de nada vale! Se virtude é a predisposição para a prática do bem, a atitude é a própria prática do bem! Mas, ninguém nasce virtuoso! A virtude deve ser internalizada pela observação, percepção, compreensão e assimilação! A família, a escola e a religião podem contribuir muito para esse processo, principalmente quando fomentam bons princípios de moral e ética, bem como de amor ao próximo, de solidariedade humana, do  ideal de servir e da ação voluntária!

 

      O Rotary, o Lions, a Maçonaria, os Escoteiros e outras organizações não-governamentais, existem para isso: fomentar harmonia e felicidade; promover o bem-estar da família e da comunidade; e, assim sendo, construir a compreensão entre os povos e a paz entre as nações! Lembrando que a paz mundial começa na cabeça e no coração de cada um de nós! Mas, para isso, precisamos INTERNALIZAR a alma de cidadão e o espírito de cidadania!

 

     A principal responsável pela interação social é a internalização das ferramentas culturais que modificam o "eu". Com a internalização de novos símbolos e conceitos filosóficos, surgem novas descobertas! E, assim sendo, a cada momento em que a pessoa “faz progresso”, novas oportunidades são criadas, novas experiências são vivenciadas e novas bagagens intelectual e emocional são colocadas á disposição para a pessoa melhorar seu repertório e sua qualidade existencial.

 

CONCLUSÂO

 

     Nosso compromisso, para que possamos realmente “passar” para um plano cada vez melhor é INTERNALIZAR conhecimentos adequados e sentimentos virtuosos, para que possamos, cada vez mais, EXTERNALIZAR boas atitudes que resultem na prática do bem! E, não podemos esquecer: não é apenas uma palavra, mas, sim, uma postura de vida!

 

Reflexões pessoais:

 

(*) Joaquim Monte – Médico Psiquiatra; Presidente da Comissão de Valorização Profissional da Sociedade Paranaense de Psiquiatria; Professor Titular da Medicina e da Psicologia da UFPR; Inspetor Geral da Ordem Maçônica - Grau 33; Membro do Centro de Letras do Paraná; Cidadão Honorário de Curitiba.